Construção civil precisa crescer 3 vezes mais para sanar deficit habitacional

15-03-2011 09:47

 


Por: Camila F. de Mendonça
14/03/11 - 15h29
InfoMoney

SÃO PAULO – Para sanar o deficit habitacional e atender às necessidades das novas famílias até 2022, a produtividade média da construção civil deve passar de 1% para 3% ao ano, afirmou nesta segunda-feira (14) o diretor de Economia do Sinduscon-SP (Sindicato da Construção Civil), Eduardo Zaidan, em apresentação na 19ª Feicon (Feira Internacional da Construção), em São Paulo.

De acordo com o sindicato, a taxa de crescimento do número de famílias será quase três vezes o ritmo de expansão demográfica. Para atender a esse contingente, um dos desafios do setor é aumentar o investimento na economia para incrementar a produtividade da indústria.

De 2010 a 2022, é preciso disponibilizar 23,5 milhões de unidades habitacionais. Dessas, mais de 3,627 milhões devem eliminar a precariedade de moradias existentes, 2,640 milhões devem reduzir os índices de coabitação e mais de 17,222 milhões de unidades devem ser construídas para atender às novas famílias.

Para atingir a meta, de acordo com a Fiesp (Federação da Indústria de São Paulo), serão necessários R$ 3 trilhões em investimentos, sendo R$ 2 trilhões em infraestrutura e outros R$ 1 trilhão em capacitação de mão de obra. No total, devem ser investidos R$ 54,9 bilhões por ano em reformas e R$ 203,9 bilhões em novas moradias até 2022.

Medidas e projetos
Para sanar as demandas habitacionais, é preciso elevar a produtividade do País. Segundo o Sinduscon, para o PIB (Produto Interno Bruto) potencial crescer mais, é preciso equiparar juros, taxa de câmbio e inflação aos patamares da economia mundial, estimular a adoção de novas tecnologias e novas fontes de financiamento, para garantir investimentos, reduzir a carga tributária, investir na formação de mão de obra e aprimorar o ambiente de negócios e investimentos, diminuindo a burocracia e eliminando excessos de leis e regras do setor.

Na feira, a Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) também colocou como principais projetos para o desenvolvimento do setor em 2011 a profissionalização da mão de obra da construção civil, bem como o aumento da competitividade da indústria instalada no Brasil.

A desoneração fiscal também é parte dos desafios do segmento para este ano. A associação reivindica a desoneração definitiva e completa do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e a uniformização da substituição tributária em âmbito nacional.

De acordo com a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), a manutenção da desoneração do IPI até dezembro de 2011, as obras do programa habitacional do governo Minha Casa, Minha Vida, as obras para os eventos mundiais – Copa do Mundo e Olimpíada – e o aumento do poder de compra das classes de baixa renda devem contribuir para o crescimento do setor.

Produtividade
Em 2010, a produtividade na indústria da construção civil registrou alta de 6,1%. Para este ano, esse crescimento deve ser menor, na avaliação do Sinduscon. Para 2011, o sindicato também espera um aumento de 6% no PIB da construção. Já a Abramat espera um aumento de 8,8% nas vendas de materiais de construção, que devem somar R$ 118 bilhões em 2011.

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