Rossi: em três anos, preço de imóvel aumentará 30%

06-05-2011 10:43

 


 

São Paulo, SP - O bairro será qualquer um, desde que possua boa infraestrutura de comércio, serviços e locomoção. Cada bairro terá os seus núcleos sofisticados, que atenderão aos desejos de status. No mercado como um todo, para ajustar os preços à realidade os imóveis alcançarão uma valorização de 30%, em relação ao preço atual. Este cenário é desenhado por Fábio Rossi, dirigente da Sotheby’s Brasil e, no que diz respeito à valorização, projetado para um universo entre três a cinco anos.

Rossi diz que nosso país soma 20 anos de demanda reprimida, por conta de dificuldades para financiar e de renda incompatível com o desejo de compra. “Atualmente, a disponibilidade de crédito e o aumento do poder aquisitivo são responsáveis por aquecer a demanda. Esta, enquanto represada, não causou somente a retração da produção – chegamos hoje ao que produzíamos nos anos 70, mas provocou a defasagem nos preços. Em prazo de três a cinco anos, os imóveis estarão 30% mais caros”.

Núcleos ao invés de bairros - O executivo diz que o custo de vida, no Brasil, é comparável com o de Tóquio, Singapura, Paris, Milão, entre outras cidades consideradas caras, mas, na mesma comparação, o imóvel “é muito barato”.

“Nas ‘cidades caras’ do planeta, há imóveis ofertados, por exemplo, a U$ 3 milhões. No Brasil, onde o custo de vida é comparado a tais cidades, imóveis com perfis correspondentes deveriam custar, no câmbio atual, por volta de R$ 4,5 milhões, mas custam muitíssimo menos. Por isso, reafirmo: em nosso País, o imóvel ainda é muito barato. O preço vai subir”.

Vai subir por igual? Em São Paulo, qual a região que tende a ser a mais cara? Na opinião de Fábio Rossi, o melhor caminho é estimar os degraus de valorização tendo por base um novo modelo. Para ele, é irreversível a tendência que começa a ser desenhada: a opção por núcleos, ao invés de bairros.

“Ainda hoje, muitos deixam seus bairros de origem não apenas para estarem mais próximos ao trabalho, mas por status. Entendo que essa ‘opção pelo status’ tende a desaparecer enquanto escolha por bairro, para ser substituída pela escolha por núcleos. Muitos bairros de São Paulo já possuem tais núcleos, que satisfazem plenamente o desejo por status. Acredito que este modelo é uma tendência que veio para ficar, em especial nos bairros que possuem boa infraestrutura urbana”, opina o empresário.

Demanda atrai construtoras estrangeiras - Fabio Rossi comenta que, nos anos 70, somente 30% da população eram representados por pessoas com idade superior a 30 anos, e que hoje supera os 50% o número de cidadãos com mais de 25 anos. O comentário é para dizer que produzimos hoje o mesmo número de unidades produzidas nos anos 70, contudo, a demanda por moradia é praticamente o dobro.

“Para atender a demanda, a produção tem que crescer. Além dos empresários brasileiros, os estrangeiros do setor também estão interessados no Brasil. Por exemplo, a PAZ Corp S.A, de Santiago, está chegando a São Paulo. A capital do Chile tem cerca de seis milhões de habitantes, praticamente metade do que a população da cidade de São Paulo. No Chile, a PAZ produz 20 mil unidades/ano. Aqui, a empresa acredita que a demanda permitirá construir, no mínimo, 50% mais”, diz Rossi.

O empresário comenta ainda que o desempenho das empresas nacionais e multinacionais, nos vários setores da economia brasileira, há muito vem despertando o interesse externo, crescente nos últimos dois anos.

“Correm pelo mundo as notícias sobre os desempenhos em nosso mercado – por exemplo, sobre a Purina, que produz ração animal e, no Brasil, cresce uma França a cada cinco anos. A repercussão de fatos como esse atrai cada vez mais os interesses estrangeiros para vários setores, e o imobiliário está incluído”, afirma Fabio Rossi, diretor da Sotheby’s Brasil.
 

Fonte : R7

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