O 'vestibular' do aluguel

O 'vestibular' do aluguel

 

O 'vestibular' do aluguel


 

Geórgea Choucair - Estado de Minas
 


 

Abertura de cursos e instituições em BH provoca corrida de universitários por imóveis perto das faculdades. Valor da locação subiu entre 30% e 40% em comparação com 2010

Jackson Romanelli/EM/D.A Press
A paulista Giovanna e a capixaba Lívia acharam apartamento perto da PUC depois de muita pesquisa: "É bom sempre checar", diz Giovanna

Os estudantes e universitários do interior de Minas e de outros estados que passaram no vestibular enfrentam agora uma nova maratona: encontrar lugar para morar em BH. A demanda por imóveis nas regiões próximas às faculdades dobrou neste início de ano, em relação a um período normal, segundo o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci-MG). A alta dos preços segue ritmo semelhante, com elevação média entre 30% e 40% no último ano, segundo o Creci-MG.

Um imóvel usado de dois quartos que era alugado há um ano por valor médio de R$ 800 a R$ 900 hoje custa entre R$ 1,2 mil e R$ 1,5 mil, afirma Paulo Tavares, presidente do Creci. Vale lembrar que o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que corrige os contratos de aluguel, teve alta de 11,5% nos últimos 12 meses. E a inflação acumulada em Belo Horizonte foi de 5,68% em 2010, segundo a Fundação Ipead.

"Além do preço de imóvel estar mais caro, não há unidades para alugar. Se eu tivesse mil imóveis para alugar para estudantes hoje, sairia tudo", observa Tavares. O aumento da demanda acontece em função do número maior de estudantes do interior nas universidades, a abertura de novos cursos e de instituições de ensino. "A oferta de imóveis está pequena em todos os segmentos e o período de maior procura nas proximidades das escolas é quando começam as aulas. Meu conselho é que a pessoa procure muito", afirma Ariano Cavalcanti de Paula, presidente da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI-MG).

O paulista Gabriel Pinheiro acaba de alugar um apartamento com três colegas na vizinhança da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), no Coração Eucarístico. Eles vão desembolsar R$ 1,2 mil de aluguel. "É caro, mas eu economizo no transporte. Gasto cinco minutos a pé do meu apartamento até a porta da sala de aula", afirma. Nos bairros vizinhos, diz, o preço do aluguel cai cerca de 20% para unidades semelhantes.

DIFERENÇA DE PREÇO

Os estudantes devem ficar de olho ainda nas diferenças de preços cobrados entre as imobiliárias. A paulista Giovanna Sammia Lopes e a capixaba Lívia Giacomin fizeram uma verdadeira peregrinação até encontrar o imóvel para alugar, em frente à PUC-MG. "Vimos apartamentos no mesmo prédio, em condições iguais, por valores de R$ 820 a R$ 1,1 mil o aluguel. As imobiliárias eram diferentes. Acho que é bom checar com várias empresas antes de fechar o contrato", afirma Giovanna.

De tanto procurar, as estudantes, que fazem curso de relações internacionais na PUC, conseguiram alugar o apartamento por um valor considerado baixo para a região: R$ 750. "O valor mínimo que a gente tinha visto era de R$ 1 mil a R$ 1,2 mil em um apartamento de dois quartos", observa Lívia. Mas as duas tiveram que desembolsar R$ 1,9 mil ao ano de seguro-fiança. "Eles pediram dois fiadores com moradia em Belo Horizonte e renda três vezes acima do preço do aluguel. Como não somos daqui, achamos melhor pagar o seguro-fiança", diz Lívia.

Na hora de fechar o contrato, os universitários devem estar atentos ao que diz a legislação, informa Paulo Tavares. "É normal a imobiliária pedir que o interessado demonstre ter capacidade para pagar o aluguel. Mas, no caso de estudantes, o comprovante de renda pode ser dos pais, que normalmente têm fichas cadastrais ótimas. Para mandar um filho para outra cidade é necessário ter uma boa condição financeira", explica.
A imobiliária pode exigir, por exemplo, dois fiadores, uma caução, um seguro-fiança ou um título de capitalização (depósito bancário que o inquilino faz e só pode ser sacado com a assinatura das duas partes, rendendo a favor do locatário).

Fonte : Estado de Minas

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