BH terá área de estacionamento rotativo aumentada

Trecho da Rua Ceará onde passam a valer mudanças implantadas pela PBH

Procuram-se vagas – sem rotativos. Estacionar nos limites da Avenida do Contorno sem pôr a mão no bolso se tornou missão quase impossível. Coração econômico de Belo Horizonte, a região concentra os principais estabelecimentos comerciais da cidade e o número de veículos em circulação também é grande e, por consequência, acirra a disputa por locais de parada. Prova disso é que, na média, mais de nove em cada 10 quarteirões onde há vagas rotativas estão localizados neste perímetro, sendo feita a cobrança em 649 quadras, ante só 43 no restante da cidade . E a previsão é salgada para os motoristas: “A tendência é que todo o perímetro da Contorno seja preenchido com vagas rotativas”, afirma o gerente de Estacionamentos da BHTrans, Sérgio Rocha.


O mapa da cobrança de rotativo está praticamente todo colorido na área interna da Avenida do Contorno, indicando em quais quarteirões a BHTrans adota o sistema de cobrança por parada. Na quinta-feira, em mais 15 quarteirões do Bairro Funcionários foi adotado o sistema, totalizando 557 novas vagas, e, em outros três, o tempo máximo de permanência permitido foi reduzido. Somente grandes corredores, como as avenidas Amazonas e Afonso Pena, e outros dois pontos da região – as proximidades do 12º Batalhão de Infantaria, no Bairro Barro Preto, e em ruas do Bairro de Lourdes – seguem em branco, sendo liberada a parada sem pagar o mínimo de R$ 2,70. Mas pode ser por pouco tempo. “Trata-se de um espaço cada vez mais precioso”, indica Rocha.

Pesquisas

Diariamente, são feitas pesquisas para avaliar o uso de vagas na cidade, principalmente na Região Centro-Sul. Os agentes analisam o tempo de permanência, o uso de talões e conferem se o preenchimento foi feito corretamente. “Dependendo do tipo de ocupação, é possível saber o perfil do motorista que ocupa determinada vaga. Há pontos em que a rotatividade é maior. A pessoa só vai ali pagar a conta e ir embora”, explica o gerente de Estacionamentos da BHTrans.

Os levantamentos mostram que sete em cada 10 veículos parados em vagas rotativas estão irregulares. Segundo Rocha, metade não usa talão, e o restante dos problemas é dividido entre o preenchimento errado da folha e o vencimento do tempo de permanência.

Em BH, são 18.337 vagas rotativas de segunda-feira a sexta-feira, com tempo de parada variando entre uma hora e cinco horas. Se respeitados estes limites, 82.913 veículos poderiam estacionar nesses locais, mas, segundo a BHTrans, o aproveitamento é menor: só cerca de 66 mil carros. E, ainda assim, apenas 19,8 mil estão regulares, ou seja, pagam o valor definido, enquanto os 46,2 mil restantes se encaixam no grupo passível de autuações. “Antes, os motoristas deixavam o carro num certo lugar e não atrapalhavam, mas a cidade mudou. É preciso a consciência de que está se ocupando o lugar de uma outra pessoa. É como fechar o cruzamento. A falta de colaboração é visão que todos precisam chegar rápido também”, argumenta Rocha.

Ele nega que o número excessivo de irregularidades esteja ligado à reprovação da sociedade. Segundo ele, estudos indicam que o índice de aprovação é superior a 70% e têm sido comum os pedidos de comerciantes e moradores para a implantação de vagas rotativas em alguns pontos da cidade, sustenta.

Rotativo Digital

A BHTrans estuda a implantação do modelo digital de aquisição de créditos para vagas rotativas, como antecipou o Estado de Minas. A ideia é que possa ser feita a compra da folha pelo celular. Em agosto, uma empresa chegou a fazer testes em ruas do Bairro Funcionários. Mas o modelo só deve ser adotado depois de concluída a compra de PDAs (sigla em inglês para assistente digital pessoal). O aparelho, similar a um smartphone, permitirá aos agentes municipais autuar as irregularidades sem a necessidade do preenchimento de multas, tornando o sistema informatizado