Centro de Belo Horizonte vira filão imobiliário

11-01-2011 15:29

 

É no centro da cidade que está uma das grandes promessas da construção civil em Belo Horizonte para este ano. Seguindo uma tendência mundial, o setor investe agora no retrofit, como ficou conhecida a reforma e modernização de prédios abandonados ou a transformação de construções comerciais em residenciais e vice-versa. Na capital mineira, o negócio ganha fôlego por causa da forte demanda por residências na região central, que não em mais espaço para novas construções.


“O retrofit vai se ampliar em Belo Horizonte porque a falta de terreno é uma realidade. Não temos espaço, mas temos uma demanda crescente por moradias. Vários prédios estão sendo reformulados e todas as construtoras estão em busca de oportunidades nesse sentido”, afirma Teodomiro Diniz Camargos, diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) e presidente da Câmara da Indústria da Construção da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).


Camargos é, inclusive, um dos empresários do setor que estão investindo pesado no retrofit. A construtora dele já realizou duas revitalizações de edifícios abandonados no centro. Uma delas é a do edifício Tupis, conhecido como Balança Mas Não Cai, com obras em andamento.


O projeto prevê a construção de 62 apartamentos e tem fila de espera de 1,3 mil compradores interessados. A promessa é que o lançamento aconteça neste ano.


Outro prédio que a construtora de Camargos transformou em residencial foi o Chiquito Lopes, também na área central. Ele era de caráter comercial e agora conta com 167 apartamentos. O empresário já negocia a aquisição de outros três prédios para iniciar obras ainda neste ano.


Também de olho nesse filão de negócios, a construtora Concreto revitalizou três prédios abandonados na região central de Belo Horizonte: um na avenida Augusto de Lima, outro na rua Santa Catarina e um na Álvares Cabral, com apartamentos que serão vendidos a aproximadamente R$ 600 mil.

 
A Construtora PHV fez cinco repaginações em imóveis abandonados no ano passado e, segundo a gerente de projetos da empresa, Milena Pieroni, estão com projeto em andamento de revitalização de um prédio na Savassi.


“Nos anos 80 aconteceu uma crise no setor da construção e várias empresas não conseguiram finalizar muitas obras. Agora, temos vários prédios inacabados e estamos precisando de espaço para construir. Por isso, vamos seguir nessa direção”, afirma.


Para o presidente da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi), Ariano Cavalcante, a busca por residências na região central aumentou após o resgate promovido pela prefeitura, com reformas de uma série de praças na região e a implantação de câmeras de segurança.


“O perfil de quem procura apartamentos no centro é muito específico: são pessoas que não possuem carro e que buscam a comodidade de terem um comércio próximo. É muito comum serem pessoas idosas ou estudantes vindos do interior para estudar em Belo Horizonte, além de pessoas que trabalham na região central”, afirma. Camargos lembra que outra região que promete gerar grandes negócios neste ano é o Vetor Norte, devido a construção da Cidade Administrativa do Governo do Estado. Os investimentos naquela região, que compreende toda a Pampulha, Confins, Lagoa Santa, Vespasiano, Jaboticatubas e Santa Luzia, vai ser em moradias, em infraestrutura e imóveis comerciais, já que a região ficará atrativa também para o comércio.


Além disso, a cidade de Nova Lima, na região metropolitana, deve se manter como um local de investimentos em construções de condomínios fechados, voltados para as classes A e B.


“Como não temos muito espaço para construção em Belo Horizonte a solução é olharmos a Região Metropolitana para crescermos. A quantidade de projetos no vetor norte vão estimular fortemente o setor imobiliário, que deve ter um ano melhor que o de 2010”, disse.

* Publicado em 08/01/2011 / Hoje em Dia / Economia e Negócios

 

 

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