Novas altas de preço virão

04-05-2011 11:18

 

Jorge Luiz Oliveira de Almeida - Especial para o Estado de Minas

 

A valorização dos imóveis em Belo Horizonte tem sido muito comentada nos últimos tempos. De fato, há muito o mercado imobiliário da capital não vivia momento tão interessante, com tantos lançamentos e unidades vendidas.

O ano de 2010 bateu recorde em número de novos apartamentos colocados à venda (5.792) desde o início do Plano Real, em julho de 1994. A comercialização de imóveis também registrou um excelente resultado: 6.201. Nos últimos 16 anos, esse número ficou abaixo apenas de 2009, quando foram vendidos 6.251 apartamentos.

Esses dados são da Fundação Ipead/UFMG e se referem a uma pesquisa mensal realizada com cerca de 100 construtoras. Apesar de não fazer referência ao total do mercado de Belo Horizonte, sem dúvida, seus resultados refletem o desempenho das atividades do segmento imobiliário.

Essa mesma pesquisa apurou também uma elevação de 13,96% nos preços dos imóveis residenciais novos na capital no ano passado e, ao que tudo indica, esses preços poderão subir ainda mais. Por isso, o momento para a compra da casa própria é agora. E o que justificaria isso?

Bem, no mesmo ano de 2010, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), da Fundação Getúlio Vargas, apresentou alta de 7,7% em BH. A composição dos índices de custos da construção, como o INCC, envolve os custos com materiais e mão de obra. Os terrenos não são contabilizados. Porém, a participação do valor do terreno no custo total dos empreendimentos pode variar de 8% a 25%. Isto é, no segmento popular, a oscilação pode ser de 8% a 13%; nos residenciais para a classe média, chega a algo entre 14% e 20%; e para os imóveis de alto padrão, pode variar de 22% a 25%.

Além dessa alta participação, a escassez de áreas para se construir na cidade não é novidade e a escalada de seus preços tem pressionado muito os valores dos empreendimentos. A redução da oferta de imóveis nos últimos anos e o aumento da demanda também ajudam a explicar o incremento dos preços dos apartamentos de uma forma geral, já que o mercado imobiliário é altamente concorrencial e tende a obedecer a “Lei da Oferta e da Demanda”.

Apesar dessa alta nos preços dos imóveis, os interessados em adquiri-los devem ficar atentos agora. Isso porque um novo fator veio para induzir novos aumentos. Isto é, a nova Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de Belo Horizonte, que entrou em vigor em julho do ano passado, veio reduzir o coeficiente de aproveitamento dos empreendimentos, restringindo seu potencial construtivo e elevando o custo da fração ideal da unidade imobiliária. Certamente, isso refletirá no custo final do imóvel para o consumidor e, infelizmente, é um fator que foge ao controle do construtor. Some-se a tudo isso a dificuldade de contratação de mão de obra, cada vez mais escassa e também mais valorizada. Tudo vai para o custo final do imóvel.

Outra consequência da nova lei é a migração das construtoras para outras cidades, o que já vem ocorrendo. Retrato disso é o recuo de 10,2% (de 1.576 para 1.415) nos pedidos para autorização de edificações junto à Prefeitura de BH no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2010. Perde a capital em arrecadação e geração de emprego, renda e consumo.

Por tudo isso, vai aqui uma dica para aqueles que estão avaliando a possível compra de um imóvel. Sim, aproveite o momento para fazer esse investimento tão importante. A hora é agora!

* Diretor de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG)
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