Novíssimo horizonte

23-05-2011 09:19

Novíssimo horizonte Área de 10 milhões de metros quadrados entre Santa Luzia e Vespasiano, a Granja Werneck receberá, em 10 anos, 72 mil apartamentos e abrigará duas reservas ecológicas particulares
 

Humberto Siqueira - Estado de Minas

Publicação: 20/05/2011 11:21 Atualização: 20/05/2011 11:27

 

Vista aérea da Granja na Rodovia MG 020. Ocupação racional, organizada e sustentável foi a principal motivação da Prefeitura de Belo Horizonte, empreendedores e donos do terreno ao elaborar projeto do novo bairro (Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )  
Vista aérea da Granja na Rodovia MG 020. Ocupação racional, organizada e sustentável foi a principal motivação da Prefeitura de Belo Horizonte, empreendedores e donos do terreno ao elaborar projeto do novo bairro

Promover uma ocupação racional, organizada e sustentável foi a principal motivação da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), empreendedores e donos do terreno ao elaborar, em consonância, o projeto do novo bairro de BH, batizado de Granja Werneck. Desenvolvido pelo urbanista Jaime Lerner, em uma área de 10 milhões de metros quadrados, na Região de Isidoro, fica às margens da MG20, entre Santa Luzia e Vespasiano.

A busca por um consenso junto aos órgãos municipais é uma luta dos proprietários desde 1988, já que a ocupação irregular avançava sobre o terreno. “O poder público finalmente percebeu que o espaço seria ocupado de qualquer jeito. Ou se daria de forma organizada e planejada ou viraria uma favela. Melhor para a cidade que seja a primeira opção”, avalia Fernando Vianna Werneck, um dos proprietários da área.

Dos 10 milhões de metros quadrados, rasgados pelo Ribeirão Isidoro, integrante da Bacia do Rio das Velhas, 44% serão destinados à preservação ambiental. O Parque Leste terá 2,3 milhões de metros quadrados, tamanho proporcional ao Parque das Mangabeiras. E o Parque Oeste, com 500 mil metros quadrados, mais que o dobro do Parque Municipal. As reservas particulares ecológicas somarão 1,125 milhão de metros quadrados.

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Último bairro de BH

Como contrapartida, as construtoras Rossi e Direcional Engenharia terão que instalar 14 centros de saúde, 16 unidades de educação infantil, 21 escolas de ensino fundamental e oito de ensino médio, dois centros profissionalizantes, 17 terminais de ônibus, um de integração de transporte, dois auditórios, além da sede da administração regional, estrutura que atenderá uma população estimada em 250 mil pessoas.

O sistema viário terá investimento de R$ 573 milhões, facilitando a circulação na região, cujos principais acessos são a Avenida Cristiano Machado e a MG020. A Via 540, com 6,7 quilômetros, ligará os dois corredores viários. Já a Via Norte-Sul cortará a região, ligando a Via 540 aos bairros Jaqueline e Marize.

A Prefeitura de BH pretende transformar o território, que tem dimensão superior àquela abrangida pela Avenida do Contorno, na 10ª Regional de BH. Serão 72 mil novos apartamentos em 10 anos. Ainda assim, será o bairro com o menor adensamento da cidade, com coeficiente um de uso do solo e taxa de permeabilidade de 50%. As primeiras 3 mil unidades servirão como vila da Copa e abrigarão os visitantes que a cidade receberá durante a Copa do Mundo de 2014. Depois do evento serão repassadas aos proprietários em definitivo.

 
"A licença de implantação deve ser liberada no segundo semestre a as obras iniciadas em 2012" - Renato Michel, coordenador do projeto
CONTROLE

Segundo Renato Michel, coordenador do projeto Granja Werneck, “a licença de implantação deve ser liberada no segundo semestre e as obras iniciadas em 2012. É um projeto importante para a cidade e para suas pretensões de sediar a abertura da Copa do Mundo. A Fifa já tem conhecimento desse projeto”, revela.

Só em obras de contrapartida estão previstos gastos da ordem de R$ 1,07 bilhão. Os apartamentos, a princípio, serão de um e dois quartos, com preços entre R$ 120 mil e R$ 200 mil. Parte deles será vendida dentro do projeto Minha casa, minha vida. Toda a extensão está sob o rótulo de operação urbana consorciada, que permite melhor controle por parte da PBH, pois o projeto é aprovado e tem que ser entregue tal qual foi autorizado.

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