Por dentro do concreto - Parte II

06-05-2011 11:01

 Um dos elementos que modernizou a construção civil, saiba mais sobre escolha dos materiais, dosagem do traço, recebimento e armazenamento adequados para produção do concreto
 

Giulliano Polito - Especial para o Lugar Certo

 

 (SXC.hu/Banco de Imagens)  
Dando continuidade ao nosso artigo anterior, iremos neste trabalho discorrer a respeito dos conceitos sobre a escolha dos materiais, dosagem do traço, recebimento, armazenamento dos constituintes para produção do concreto.

A primeira escolha que deve ser feita é sobre o tipo de cimento a ser utilizado. Existem vários tipos de cimentos, com resistência mecânica, velocidade de endurecimento, durabilidade, cores diferentes. Esta escolha deve ser feita por um profissional habilitado, ou seja, engenheiro ou técnico civil. Normalmente, esta escolha é feita durante o estudo de dosagem do concreto, para o atendimento dos requisitos da obra. Para a definição da dosagem são levados em consideração, além da resistência de compressão requerida, critério fundamental, a resistência à tração, a aderência às armaduras, o módulo de deformação, etc.

O consumidor deve, preferencialmente, escolher fabricantes que possuam selo de conformidade, afim de facilitar seu controle de aceitação. O consumidor também pode solicitar ao fabricante o envio dos ensaios de qualidade realizados pelo mesmo.

O armazenamento do cimento deve ser objeto de cuidados especiais, tendo em vista tratar-se de um produto que reage com água. O cimento deve ser armazenado sobre tablados e distantes de tetos e paredes. Também deve haver distância mínima em relação às pilhas. Estas devem conter, no máximo, entre 10 a 15 sacos, já que a pressão exercida facilita a formação de grumos. Obviamente, goteiras são inaceitáveis. Mesmo com todos estes cuidados, o cimento tem uma validade limitada, uma vez que não temos ação sobre a umidade do ar. Recomenda-se armazenar o produto no máximo por trinta dias. Por isso, o consumidor deve estimar o consumo necessário para não comprar material em demasia.

A água é um constituinte fundamental, pelo fato de ser ela a responsável pelo endurecimento do concreto. Águas consideradas potáveis, como as fornecidas pelas companhias de abastecimento, são adequadas à produção do concreto. Havendo a necessidade de se utilizar águas não tratadas, é aconselhável realizar ensaios de qualidade segundo os requisitos das normas NBR6118 e NBR 12655, ambas da ABNT.

Ao se escolher o fornecedor, deve-se levar em conta que o agregado atenda os requisitos mínimos da norma NBR 7211/ABNT. Entretanto, a escolha final é realizada em função dos resultados da dosagem experimental, onde uma análise comparativa indique vantagens técnico-econômicas. Escolhido o fornecedor, deve-se acompanhar a variabilidade do fornecimento, pois se for grande pode comprometer a qualidade final do concreto. Uma suspeita de variação nas propriedades dos agregados pode surgir coma alteração da necessidade de água pra garantir a trabalhabilidade do concreto.

No próximo artigo discorreremos sobre os métodos de produção e aplicação do concreto. Até lá.

Leia os artigos anteriores de Giulliano Polito no Lugar Certo
Por dentro do concreto - Parte I

Dúvidas e sugestões de matérias poderão ser enviadas para o email: giulliano.polito@gmail.com
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