Alta de aluguel nas cidades-sede da Copa supera inflação

10-03-2011 13:50

 


 

Brasília, DF - Desde maio de 2009, quando foram anunciadas as 12 cidades brasileiras que em 2014 sediarão a Copa do Mundo, somente em Porto Alegre, RS, e Salvador, BA, os valores dos aluguéis residenciais mantiveram-se em patamares inferiores à variação média da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Os dados fazem parte de levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o Brasil Eco. As informações coletadas dão conta que a capital federal lidera no ranking das altas de preços para locação. Em Brasília, Os aluguéis residenciais subiram 17,25%, a maior alta nas regiões analisadas. A oscilação é bem superior àquela do IPCA regional no período, que cresceu 9,27%.

Conforme declarações, ao Brasil Econômico, do presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Distrito Federal (Creci/DF), Hermes Alcântara, o aumento no valor de locação e a valorização dos imóveis em Brasília (em fevereiro, R$ 7.097/m2 para venda, “o mais caro do país”) se deve ao fato de a região ostentar a maior renda média mensal brasileira (R$ 1.548 em 2009), e “a oferta insuficiente de residências para o apetite do mercado”.

No entanto, os aluguéis aumentaram muito acima do ganho de renda, inclusive em Brasília, e são a principal despesa nos orçamentos familiares nas regiões pesquisadas pelo IPCA. De acordo com a última Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada entre maio de 2008 e de 2009, entre as áreas que compõem o índice de inflação os moradores no Distrito Federal efetuaram o maior desembolso com aluguel.

Entre os lares pesquisados no Distrito Federal, o gasto com aluguel chegava à média de R$ 575,97, durante aquele período. O valor representava perto de 39% da renda média mensal do País, quando o recomendado é que o financiamento ou a locação de imóvel não supere os 30% do ganho mensal.
 
Belo Horizonte e Rio de Janeiro – O segundo maior aumento de aluguel no período ocorreu na capital mineira, com um crescimento de 16,49%, enquanto ficou em 11,74% a média das regiões pesquisadas. Em entrevista ao Brasil Econômico, o presidente do Sindicato da Habitação de Minas Gerais ( Secovi/MG), Ariano Cavalcanti de Paula, disse que os aumentos são explicados “pelo valor inferior dos aluguéis nos últimos anos, se comparados a cidades como Rio e São Paulo”.

"Especular é um ato lícito e normal. Belo Horizonte tinha desvalorização maior do que as outras cidades. Agora, se o inquilino pedir reajuste menor, o proprietário pede o imóvel", declarou ao periódico o presidente do Secovi/MG.

Para o Rio de Janeiro, que desde o início do Plano Real, em julho de 1994, acumula alta de 696,52% nos aluguéis, a taxa medida pela Fipe em fevereiro (2011) mostra que, na média, os aluguéis correspondem a 0,44% do preço de venda do imóvel, contra 0,58% em São Paulo. Observadores do mercado são de opinião que, na cidade, ainda há espaço para aumentos.

No contexto da matéria publicada pelo Brasil Econômico, o presidente da carioca Patrimóvel, Rubem Vasconcellos, disse que no Rio de Janeiro as negociações referentes a locação estavam defasadas, bem abaixo do potencial do mercado local. "Estamos só recuperando. Preços sobem até pessoas pararem de pagar. Não adianta rejeitar lei de mercado", opinou Vasconcellos.
 

Fonte R7

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