Jovens são maioria na compra da casa própria

19-11-2010 09:29

 

Pessoas com menos de 35 anos são as que mais financiam imóveis para moradia
Publicado no Jornal OTEMPO em 18/11/2010
 
LETÍCIA MURTA
 

 

O sonho da casa própria já é realidade para muitos jovens que estão comprando mais cedo o primeiro imóvel. Em busca de independência e privacidade ou mesmo para constituir uma família, os jovens estão mais interessados em adquirir a casa própria e já respondem pela maioria na compra de imóveis. De acordo com dados da Caixa Econômica Federal (CEF), pessoas com menos de 35 anos representam 58,3% das negociações concretizadas pela instituição. Facilidade na obtenção do crédito, melhoria no cenário econômico nacional e nas condições oferecidas para a compra do imóvel são alguns dos fatores para o aumento.

O aumento na oferta de crédito e melhora das condições oferecidas para a compra do imóvel, como prazos mais longos e taxas mais baixas, são alguns dos fatores mais importantes para que o jovem consiga comprar o primeiro imóvel.

De acordo o presidente da Lar imóveis, Luiz Antônio Rodrigues, a mudança no comportamento do jovem consumidor é sentida diariamente. "Estamos notando aumento na procura de imóveis para comprar. O jovem anteriormente buscava com mais frequência imóveis para locação, mas as mudanças positivas estão auxiliando para que a casa própria seja comprada cada vez mais cedo", disse.

Há cerca de um ano o policial militar João Leonardo de Souza Coutinho, 30, e a técnica em informática Railane Cristina Junqueira, 34, decidiram aumentar a família e garantir uma moradia confortável. O nascimento do filho Arthur foi marcado pela compra da casa no bairro Castelo, na região da Pampulha. "É a realização de um sonho. Quando compramos um imóvel, temos a certeza de que estamos construindo nosso futuro", disse.

O policial queria oferecer mais conforto para a família e buscou a melhor maneira de comprar a casa própria. "Pagar aluguel é algo que não dá retorno, diferente de quando pagamos as prestações da casa própria e temos a garantia de que estamos concretizando nossa felicidade. Hoje temos um filho e isso pesa bastante, pois deixaremos a ele um patrimônio", afirma.
O casal investiu em torno de R$ 200 mil para comprar a casa de dois andares e três quartos e, com a valorização da região, já pensa em investir em outros imóveis. "Tenho certeza de que este é o melhor investimento e quero em breve começar a planejar para comprar outros imóveis e disponibilizar para aluguel. A agilidade na obtenção de crédito beneficia para que seja possível comprar o imóvel, para moradia ou para investimento", garante.

Segundo o diretor da Lar Imóveis, o jovem que compra um imóvel pensa não somente em uma forma de moradia, mas também como uma aplicação. "A procura por regiões que estão em valorização é sempre uma boa opção", garante.

 

 

 

FOTO: arquivo stockexpert
Agilidade. Jovens recorrem à internet para buscar imóveis dentro do perfil adequado e ter noção do valor das prestações por meio de simulações de financiamentos
arquivo stockexpert
Agilidade. Jovens recorrem à internet para buscar imóveis dentro do perfil adequado e ter noção do valor das prestações por meio de simulações de financiamentos
 
Investimento
Jovens buscam imóveis mais caros para comprar
Letícia Murta
 
Os jovens não só respondem pela maioria dos financiamentos imobiliários, como também aumentaram o valor do investimento na casa própria. Segundo os dados da Caixa Econômica Federal (CEF), a maioria dos jovens (24%) financia entre R$ 50 mil e R$ 80 mil e os financiamentos de até R$ 50 mil atingiram o menor patamar histórico com 7,3% do total. Há dez anos, os financiamentos nesta faixa de preço representavam apenas 4,6% enquanto 44,6% dos valores financiados eram de até R$ 50 mil.

Segundo presidente da Lar imóveis, Luiz Antônio Rodrigues, o perfil de compra está sofrendo mudanças. "Podemos notar o aumento nos valores investidos. Em princípio, o mais comum é que recém-casados ou jovens que estão saindo da casa dos pais busquem empreendimentos de até dois quartos, que possuem preços mais acessíveis. No entanto, é crescente a busca por casas e coberturas que, embora sejam mais caras, são oportunidades de boa aplicação financeira e permitem se acomodar", explica.

Com dois filhos e precisando de mais espaço, Kléber Gustavo Moreira resolveu comprar um apartamento maior. O engenheiro já possuía um imóvel e usou para pagar parte do valor de um apartamento mais amplo. "Eu pensei em oferecer uma moradia melhor para as crianças e também enxerguei o imóvel como forma de investimento. A valorização imobiliária é animadora. A facilidade no crédito para compra de imóveis também ajudou bastante na hora da decisão. As linhas de crédito estão facilitadas e permitem que o valor financiado seja maior", disse.

Internet. Outro fator que auxilia e motiva a compra para jovens com menos de 35 anos são as ferramentas de internet. Somente no mês de setembro deste ano, o simulador habitacional da CEF, que detém cerca de 70% dos financiamentos imobiliários, registrou mais de 16 milhões de simulações de compra de imóveis. De acordo com dados do banco, mais de 80% das pessoas interessadas em adquirir um imóvel fazem uma busca prévia por meio da internet.

Segundo o vice-presidente da rede Netimóveis, Ariano Cavalcanti de Paula, o portal da empresa registra mais de 1,5 milhão de acessos por mês. A rede Netimóveis é pioneira na comercialização de imóveis virtualmente e iniciou a comercialização pela internet no mesmo ano em que a rede mundial de computadores chegou ao Brasil, em 1995.

De acordo com ele, somente em Belo Horizonte há um registro de 68 mil visitas no site por dia. "O portal é responsável pela captação de quase 70% dos clientes. Como todas as informações ficam online, os interessados realizam uma busca prévia e já chegam às lojas com informações concretas do que querem. Ele define pelo portal as características do imóvel e filtra as opções fazendo uma pré-escolha do que deseja e, certamente, poupa tempo com isso, o que é uma grande vantagem", define.

 

 

 

 

 

Crescimento
Banco privado amplia crédito imobiliário
 
Embora a Caixa Econômica Federal realize cerca de 70% dos financiamentos imobiliários, bancos privados estão investindo para atender a crescente demanda.

Um balanço divulgado pelo banco Santander no mês passado mostrou que seu crédito imobiliário cresceu 30,7% em um ano. Com o crescimento, a soma das carteiras de pessoa física e jurídica totalizou R$ 11,233 bilhões. No ano passado, o valor era de R$ 8,593 bilhões.

No terceiro semestre, a linha de crédito para pessoas jurídicas cresceu 42% e chegou a R$ 5,119 bilhões, contra R$ 3,606 bilhões no ano passado. Já a carteira imobiliária de pessoa física do banco alcançou R$ 6,114 bilhões e teve crescimento de 22,6%.

As taxas aplicadas pelo Santander são entre 9,5% e 10,5% ao ano no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e entre 12,5% e 13% ao ano para o crédito pré-fixado com prazos de até 30 anos. (LM)
 

 

 

 

CEF registra aumento de contratos
 

O financiamento de imóveis pela Caixa Econômica Federal apresentou crescimento de 1,25% neste ano. Os contratos passaram de 896.908 imóveis em 2009 para 908.155 em 2010.
Em volume de recursos, a contratação pela CEF aumentou 20,6%, passando de R$ 47,05 bilhões em 2009 para R$ 56,74 bilhões em 2010.

Do volume de unidades, a contratação do "Minha Casa, Minha Vida" avançou 51,9% para 418.512 imóveis. Desses, 46% são do recursos do Orçamento Geral da União e 54% do FGTS. (LM)

 
 
 
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