Jovens são maioria na compra da casa própria
O sonho da casa própria já é realidade para muitos jovens que estão comprando mais cedo o primeiro imóvel. Em busca de independência e privacidade ou mesmo para constituir uma família, os jovens estão mais interessados em adquirir a casa própria e já respondem pela maioria na compra de imóveis. De acordo com dados da Caixa Econômica Federal (CEF), pessoas com menos de 35 anos representam 58,3% das negociações concretizadas pela instituição. Facilidade na obtenção do crédito, melhoria no cenário econômico nacional e nas condições oferecidas para a compra do imóvel são alguns dos fatores para o aumento.
O aumento na oferta de crédito e melhora das condições oferecidas para a compra do imóvel, como prazos mais longos e taxas mais baixas, são alguns dos fatores mais importantes para que o jovem consiga comprar o primeiro imóvel.
De acordo o presidente da Lar imóveis, Luiz Antônio Rodrigues, a mudança no comportamento do jovem consumidor é sentida diariamente. "Estamos notando aumento na procura de imóveis para comprar. O jovem anteriormente buscava com mais frequência imóveis para locação, mas as mudanças positivas estão auxiliando para que a casa própria seja comprada cada vez mais cedo", disse.
Há cerca de um ano o policial militar João Leonardo de Souza Coutinho, 30, e a técnica em informática Railane Cristina Junqueira, 34, decidiram aumentar a família e garantir uma moradia confortável. O nascimento do filho Arthur foi marcado pela compra da casa no bairro Castelo, na região da Pampulha. "É a realização de um sonho. Quando compramos um imóvel, temos a certeza de que estamos construindo nosso futuro", disse.
O policial queria oferecer mais conforto para a família e buscou a melhor maneira de comprar a casa própria. "Pagar aluguel é algo que não dá retorno, diferente de quando pagamos as prestações da casa própria e temos a garantia de que estamos concretizando nossa felicidade. Hoje temos um filho e isso pesa bastante, pois deixaremos a ele um patrimônio", afirma.
O casal investiu em torno de R$ 200 mil para comprar a casa de dois andares e três quartos e, com a valorização da região, já pensa em investir em outros imóveis. "Tenho certeza de que este é o melhor investimento e quero em breve começar a planejar para comprar outros imóveis e disponibilizar para aluguel. A agilidade na obtenção de crédito beneficia para que seja possível comprar o imóvel, para moradia ou para investimento", garante.
Segundo o diretor da Lar Imóveis, o jovem que compra um imóvel pensa não somente em uma forma de moradia, mas também como uma aplicação. "A procura por regiões que estão em valorização é sempre uma boa opção", garante.
Segundo presidente da Lar imóveis, Luiz Antônio Rodrigues, o perfil de compra está sofrendo mudanças. "Podemos notar o aumento nos valores investidos. Em princípio, o mais comum é que recém-casados ou jovens que estão saindo da casa dos pais busquem empreendimentos de até dois quartos, que possuem preços mais acessíveis. No entanto, é crescente a busca por casas e coberturas que, embora sejam mais caras, são oportunidades de boa aplicação financeira e permitem se acomodar", explica.
Com dois filhos e precisando de mais espaço, Kléber Gustavo Moreira resolveu comprar um apartamento maior. O engenheiro já possuía um imóvel e usou para pagar parte do valor de um apartamento mais amplo. "Eu pensei em oferecer uma moradia melhor para as crianças e também enxerguei o imóvel como forma de investimento. A valorização imobiliária é animadora. A facilidade no crédito para compra de imóveis também ajudou bastante na hora da decisão. As linhas de crédito estão facilitadas e permitem que o valor financiado seja maior", disse.
Internet. Outro fator que auxilia e motiva a compra para jovens com menos de 35 anos são as ferramentas de internet. Somente no mês de setembro deste ano, o simulador habitacional da CEF, que detém cerca de 70% dos financiamentos imobiliários, registrou mais de 16 milhões de simulações de compra de imóveis. De acordo com dados do banco, mais de 80% das pessoas interessadas em adquirir um imóvel fazem uma busca prévia por meio da internet.
Segundo o vice-presidente da rede Netimóveis, Ariano Cavalcanti de Paula, o portal da empresa registra mais de 1,5 milhão de acessos por mês. A rede Netimóveis é pioneira na comercialização de imóveis virtualmente e iniciou a comercialização pela internet no mesmo ano em que a rede mundial de computadores chegou ao Brasil, em 1995.
De acordo com ele, somente em Belo Horizonte há um registro de 68 mil visitas no site por dia. "O portal é responsável pela captação de quase 70% dos clientes. Como todas as informações ficam online, os interessados realizam uma busca prévia e já chegam às lojas com informações concretas do que querem. Ele define pelo portal as características do imóvel e filtra as opções fazendo uma pré-escolha do que deseja e, certamente, poupa tempo com isso, o que é uma grande vantagem", define.
Um balanço divulgado pelo banco Santander no mês passado mostrou que seu crédito imobiliário cresceu 30,7% em um ano. Com o crescimento, a soma das carteiras de pessoa física e jurídica totalizou R$ 11,233 bilhões. No ano passado, o valor era de R$ 8,593 bilhões.
No terceiro semestre, a linha de crédito para pessoas jurídicas cresceu 42% e chegou a R$ 5,119 bilhões, contra R$ 3,606 bilhões no ano passado. Já a carteira imobiliária de pessoa física do banco alcançou R$ 6,114 bilhões e teve crescimento de 22,6%.
As taxas aplicadas pelo Santander são entre 9,5% e 10,5% ao ano no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e entre 12,5% e 13% ao ano para o crédito pré-fixado com prazos de até 30 anos. (LM)
O financiamento de imóveis pela Caixa Econômica Federal apresentou crescimento de 1,25% neste ano. Os contratos passaram de 896.908 imóveis em 2009 para 908.155 em 2010.
Em volume de recursos, a contratação pela CEF aumentou 20,6%, passando de R$ 47,05 bilhões em 2009 para R$ 56,74 bilhões em 2010.
Do volume de unidades, a contratação do "Minha Casa, Minha Vida" avançou 51,9% para 418.512 imóveis. Desses, 46% são do recursos do Orçamento Geral da União e 54% do FGTS. (LM)