Jornal Correio Semanal entrevista Paulo Viana

Jornal Correio Semanal entrevista Paulo Viana

 

Cláudia Rezende :- Quais as perspectivas que do Ibei para o mercado imobiliário de Belo Horizonte em 2011?

Paulo Viana : Estamos vislumbrando um ano potencialmente melhor do que 2011, por vários motivos:

O primeiro decorre dos discursos realizados pela Presidente da República, pelo qual ficou clara a disposição do Governo Federal em manter e ampliar a política de incentivo ao setor, notadamente pela disponibilização de recursos para financiamento do custeio e da aquisição de casa própria;

O segundo é uma conclusão lógica, a partir dos resultados das pesquisas de déficit habitacional, em face da quantidade produzida e comercializada, muito aquém do atendimento da demanda do mercado;

O terceiro motivo relevante é o contínuo crescimento de nossa economia, constatado a partir dos números dos indicadores econômicos, especialmente o PIB – Produto Interno Bruto, que mantém crescimento invejável nos últimos anos e com perspectiva futura de manutenção e até crescimento.

O quarto motivo que também é a característica principal do mercado imobiliário, que se distingue dos demais investimentos pela solidez e segurança, em face das dificuldades enfrentadas nos mercados de capitais norte americano e europeu, que assim, tornou-se uma grande oportunidade e tem sido capaz de atrair grandes capitais originados destes mercados.

O quinto motivo que vislumbramos é uma certa inércia no movimento do mercado, haja vista que embora os preços tenham crescido bastante nos últimos anos e alcançado patamares aparentemente máximos, o mercado continua comprador e ávido por novos lançamentos, de forma que não apresentou ainda sinais de estabilização ou decrescimento.

Cláudia Rezende :  Os imóveis vão continuar em alta ou vai começar a haver uma desvalorização ou valorização menor?

Paulo Viana :  Acreditamos que enquanto os juros se mantiverem em patamares razoáveis e o crédito ofertado, a tendência é a manutenção do movimento dos preços e do mercado que ora verificamos

Cláudia Rezende: A tendência será tanto para compra/venda quanto para aluguel ou há diferença nas modalidades?

Paulo Viana :  Quanto à comparação entre o desempenho dos mercados de locação e compra e venda, a análise é um pouco mais complicada, haja vista que cada um destes mercados é composto por uma diversidade grande de produtos (residencial/comercial/industrial, alta/baixa renda, rural/urbano, centro/bairro, vertical/horizontal, etc.) que se comportam de forma diversa, uns dos outros, mas em linhas gerais, os alugueres acompanham a valorização do bem, de modo que também se pode esperar um crescimento ou estabilização dos preços.

Cláudia Rezende: Existe risco de bolha imobilária em BH?

Paulo Viana : O uso da expressão “bolha” tem sido associado à crise norte americana, que se deu a partir da valorização artificial dos imóveis, provocada pelo excesso de crédito e especulação. Não acreditamos na  ocorrência de semelhante fenômeno em nosso mercado, pois, aparentemente, a nossa inflação é de excesso de demanda e não meramente especulativa. De fato, ficamos muitos anos sem uma produção que acompanhasse o crescimento numérico e enriquecimento da população, de modo que ficou represada a demanda, que somente após o aumento da oferta de crédito passou a ser atendida.

 

Cláudia Rezende:Que conselho o Ibei dá para quem quer comprar um imóvel? É melhor comprar agora ou esperar uma desvalorização do mercado?

 

Paulo Viana : Bons conselhos podem ser obtidos com videntes ou pais de santo. Se nos fosse possível prever o futuro, todos seriamos ricos e felizes e jamais cometeríamos equívocos em nossas vidas.

Não obstante, temos sempre citado aos nossos clientes um adágio repetido pelo caríssimo amigo Dr. Nilton Marques Barbosa, vice presidente do COFECI: “quem compra terra não erra”, por que o investimento imobiliário tem se mostrado ao longo to tempo, além de atrativo, pelo aspecto da rentabilidade, como um importante esteio, sobre o qual se assentam a segurança patrimonial e a estabilidade material de milhares de famílias.

Assim, recomendamos a todos que adquiriram condições para fazê-lo, que invistam em  imóveis.

Cláudia Rezende  : Existe algum dado que mostre desaceleração no mercado de 2009 para 2010?

Paulo Viana : O ano de 2009 sofreu uma forte influencia da crise americana, deflagrada a partir de outubro de 2008. Já 2010 foi um ano bem  melhor. Com as notícias de recuperação das economias americana e chinesa, podemos esperar para 2011 um ano de crescimento da economia mundial, o que certamente irá refletir positivamente aqui no Brasil.

O mercado imobiliário é muito carente de informações e estudos. O IBEI surgiu para estimular a produção e difusão do conhecimento, o que vimos realizando pela organização de debates, cursos, palestras e seminários. O que falta realmente é o apoio das empresas e do Poder Público para que se possa fazer muito mais.

 

www.correiosemal.com.br
 Cláudia Rezende Sub- Editora

 

 
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